Cantigas

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Ela sou eu





Minha Voz vem daquilo que sempre em tempo e espaço aprendi com ela.
Para lembrar em definitivo de onde venho e para onde vai o meu canto.
Sou um artista da voz. E através do corpo, minha voz ecoa como dança do vento de Oyá e na doçura de Yá Oxum.
Gal Costa é até hoje o que mais expressa minha ligação com o cantar. Sua forma de emitir, seus movimentos labiais, seus vibratos, sua maneira peculiar de tratar as notas... 
Todos os novos cantantes neste país precisam ouvi-la... mesmo que para rejeitá-la.
Digo, sempre: Maria Bethânia me ensinou o caminho do palco. Gal Costa me ensinou a cantar.
E eu canto por que ela canta.
Em todos os sentidos: ela sou eu.
E é sempre...

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Carlos Barros faz Show em Salvador, no Teatro Gamboa Nova!



Show Antes da próxima estação...
de volta a Salvador!
09 de dezembro de 2012
17 horas.
Teatro Gamboa Nova (Largo dos Aflitos)
Salvador
Ingressos: R$10,00
Confira!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Carlos Barros & A TRILHA em shows no Rio de Janeiro e Belo Horizonte!




O Show Antes da próxima estação... na estrada pelo Brasil!

Rio de Janeiro: 21 de setembro, na 
Diminuta Cafeteria Cultural (Tijuca)

Belo Horizonte: 22 de setembro, no 
Com Tato Bar Bistrô (Glória)
Ingressos populares.
Confira!

domingo, 8 de julho de 2012

Carlos Barros & A TRILHA no Xisto Bahia, em 20 de julho!


Tod@ mundo lá!
Carlos Barros & A TRILHA
Show Antes da próxima estação...
20 de julho, 20 horas
Espaço Xisto Bahia (Salvador)
Ingressos: R$20,00

Contatos:

55 71 9998 0319
55 71 8830 4504

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O Lince Maior

Em mim. o Maior!
Minha Seta.
Meu Alvo.
Minha Voz O é!
Minhas mãos desenham em palcos no mundo o arco de suas certezas.
Meu corpo O tem!
...
Cabeça, tronco, membros e olhos do lince Maior que Ele é!
Ele e Eu
Uno.
Somente para lembrar: Oxóssi me é!
Babá Ori N'lá mi
Meu Pai!

Carinhosamente, para
Odalici Vilas (minha Yá, Mão-de-Cura e Sabedoria por cima do meu Ori - amor de sempre na minha Vida) Marlon Marcos (o irmão maior meu), Marcia Short (minha irmã de fé, do peito e da alma),
Deia Ribeiro (irmã maior de vida e caminhos),
Vércia Gonçalvez (minha irmã/filha/amor), Gal Costa (meu porto seguro do cantar), Maria Bethânia (pelos ensinamentos todos ao longo de meu estar no palco),
Maria Prado de Oliveira (transcendência de carinho, afeto e amor no tempo/espaço de antes mesmo de nós),
Célia Regina (Mãe, Mãe, Mãe), Márcia Cristina Silva Barros (mãe astral e artística), Cigarra Chan (não há fronteiras para nada que é do Amor), Tiganá Santana (irmão, força e beleza, beleza, beleza no Tempo) e, sobretudo (por necessidade do Karma Saturniano) para aqueles (poucos) que não me conhecem por que somente conseguem me ver só...

Minha aura é clara, como diz o meu grande na Terra: Gilberto Gil.

Por fim, mas não menos importante: dedico a
Caetano Veloso, que, entre tantas outras sincronicidades personalistícas que encontro entre nós, também é regido pela força de
Odé/Oxóssi/Inlé!

Eu sou filho de Ana Barros! Iansã nos guia!

Okê Arô!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Aláfya!




Sexta-feira é dia do Branco de Oxalá!
Eu, caçador noturno e filho de Odé, tenho no Orixá Nlá uma devoção devida a tudo de bom que este SER tem sido para mim.
Aprendo com Oxalá.
Vivo com Oxalá.
Por vezes, ele se deixa Ser através de mim!
Orixá Oxaguiã: Orixá do pilão e da espada.
Filho de Oxalufã e Iemanjá.
A união perfeita para a minha cabeça quente e agitada dos meus dias compulsórios em terras alheias.
Jota Velloso  e Ulisses Castro me presentearam mais uma vez com uma canção do universo poético afro-baiano e de temática nos espíritos iluminados que me regem.
Aláfya está no Show Antes da próxima estação... e é faixa do meu próximo disco.
A favor da LUZ...
Aláfya!

Para
Marlon Marcos, Maria Prado de Oliveira, Odalici Vilas, Vércia Gonçalvez, Deia Ribeiro, Paulo Simões, Teka Farias,  

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Antes da próxima estação... Preciso (Margareth Menezes)





Canção integrante do show Antes da Próxima Estação... 
de Carlos Barros & A TRILHA.
Esta é uma releitura com uma sonoridade contemporânea da composição de Margareth Menezes.

A partir do conceito "urbanidades", Carlos Barros traz seu novo show para os palcos.
Com uma formação de banda enxuta e minimalista, o intérprete canta a existência humana no universo urbano, apontando para a identidade brasileira constituída no ambiente da cidade.

Ao lado do cantor, está o grupo A TRILHA, formado por Gabriel Barros (Guitarra), Sebastian Notini (Percussão e Bateria) e Zé Livera (Baixo).

Este vídeo foi registrado no Auditório Kátia Matoso, na Biblioteca Pública da Bahia, em 13 de abril, de 2012, durante a estreia do espetáculo.

Não pode ser utilizado comercialmente.

Contato: carlosbarroseatrilha@gmail.com
Site: www.myspace.com/carlosbarroseatrilha
71 9998 0319 ou 71 8830 4504

terça-feira, 3 de abril de 2012

13 de abril de 2012...



Estreia do Show Antes da próxima estação...

Com Carlos Barros & A TRILHA

Com o conceito urbanidade, Carlos Barros traz seu novo show para os palcos.
Com uma nova formação de banda e repertório que comporá o seu segundo CD, o intérprete canta a existência humana no universo urbano, apontando
para a identidade brasileira constituída no ambiente da cidade.

Após o show, Carlos Barros conversa com, a plateia sobre a construção do conceito e roteiro do espetáculo.

Ao lado do cantor, está o grupo A TRILHA, formada por  Gabriel Barros (Guitarra), Sebastian Notini (Percussão e Bateria) e  Zé Livera (Baixo).

 Serviço:
Quem: Carlos Barros & A TRILHA

O que: Estreia do Show Antes da próxima estação...

Quando: 13 de abril de 2012, 18:30h

Onde: Auditório Kátia Mattoso, na Biblioteca Pública da Bahia, Rua General
Labatut, s/n, Barris, Salvador, Bahia, Brasil.

Quanto: Entrada Franca.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Antes da próxima estação... a estreia em Salvador



Sexta-feira, 13 de abril!

Estreia do Show Antes da próxima estação...

com Carlos Barros & A TRILHA  
Com o conceito URBANIDADES, Carlos Barros traz seu novo show para os palcos.
 
Com uma nova formação de banda e repertório que comporá o seu segundo CD, o intérprete canta a existência humana no universo urbano, apontando para a identidade brasileira constituída no ambiente da cidade.

Após a estreia do show, Carlos Barros conversa com a plateia sobre a construção do conceito e 
roteiro do espetáculo.

Ao lado do cantor, está o grupo A TRILHA, formado por Gabriel Barros (Guitarra), Sebastian Notini (Percussão e Bateria) e Zé Livera (Baixo).

Serviço:
Quem: Carlos Barros & A TRILHA
O que: Estreia do Show Antes da próxima estação...
Quando: 13 de abril de 2012, 18:30h
Onde: Auditório Kátia Mattoso, na Biblioteca Pública da Bahia, Rua General Labatut, s/n, Barris, Salvador, Bahia, Brasil.
Quanto: Entrada Franca

quinta-feira, 29 de março de 2012

Re-união de Gal



Gal Costa é uma das maiores referências no Brasil. Hoje, sua existência me é como um farol que orienta o olhar e meus movimentos. Gal é tudo aquilo que a minha voz quer.

Recanto é o nome do seu mais recente disco, lançado no final de 2011 e – desde os primeiros momentos de anúncio – esperado por fãs e alguns detratores. Não há nada neste trabalho que possa ser reconhecido como óbvio. Caetano Veloso, que de tão acostumado a compor para Gal acaba traduzindo-se nela, pensou em timbres eletrônicos para o canto da parceira de sempre. Gal não pensou exatamente em nada. Foi lá e cantou. Com graves mais encorpados e denotando a fisiologia de uma mulher de sessenta e seis anos que guarda a musa que é, Gal interpreta peças estranhas e belas e fortes e definitivas. “Roço a minha voz no meu cabelo” é o primeiro verso de uma joia que ironiza a utilização dos programas afinadores de voz, em Autotune Autoerótico. A cantora (que ensina violões e pianos a se afinarem cromaticamente às variações de suas cordas vocais) se deixa brincar com a metalização que vem junto com a modulação eletrônica do recurso do autotune. Caetano traz a panela da juventude da moça (que aprendeu a emitir pelo eco do metal da cozinha, na Bahia) para dialogar com as timbragens contemporâneas, fazendo com que nos questionemos o quão cantores realmente são certos nomes célebres a andar pelo mundo...

O disco inicia-se com Recanto Escuro - poesia genial e assustadora numa narrativa que passa a limpo a vida de Caetano e Gal. Sexo e Dinheiro também chegam em outra faixa meditativa, que abre espaço para o funk Miami Maculelê, onde o clima de euforia e “putaria” da cena suburbana carioca traz como personagens São Dimas e Robin Hood; aqui alter-egos possíveis dos pequenos marginais/heróis dos morros do Rio. Ecos da Tropicália? Sempre! Na faixa O Menino, guitarras e distorções bem características remetem à Gal do Divino Maravilhoso (Gilberto Gil / Caetano Veloso), do período em que pernas de fora na música não substituíam a competência do canto, o que a exuberância física e espiritual da baiana verdadeira sempre teve.

Recanto é uma re-união entre Caetano e Gal e uma proposta de atualização estética possível apenas para quem já percorreu os caminhos que fez esta VOZ brasileira. Agora em março, o show estreou no Rio de Janeiro, trazendo um repertório que elenca canções (muitas) de Caetano e outras referências marcantes da trajetória de Gal. Barato Total (Gilberto Gil), Vapor Barato (Wally Salomão / Jards Macalé) e Deus é o Amor (Jorge Ben Jor) são canções que não pertencendo à safra de Caetano, estão na carreira de Gal como estandartes de sua  prática de ser uma grande voz a serviço de projetos arrojados e de energia construtora neste país. Num momento especial do recente espetáculo, ela mostra por que pode ser considerada uma das maiores cantoras do mundo. Ao reler Um dia de domingo (Michael Sullivan /Paulo Massadas), gravada originalmente ao lado de Tim Maia, Gal mantém a modulação do arranjo primeiro e imita timbragem e maneirismos vocais do saudoso artista. Aqui, deixa claro que a sua posição artística/estética privilegiada é para sempre!

Gal Costa muitas vezes é apontada como uma artista que não impõe sua vontade na definição de sua carreira. Mero ponto de vista. A força de uma personalidade pode residir tanto na capacidade de mandar, quanto na sabedoria de flanar por sobre as águas da história. Gal Costa flanou e interceptou estas águas, ao colocar o seu instrumento mais que perfeito como seta para ideias, atitudes e compreensões sócio-existenciais que pertencem ao universo da MPB.

Como dizem os chineses no conceito de Wu Wei: a verdadeira sabedoria é a do pássaro, que, podendo voar (com asas que a gente não tem, como diz Caetano na letra de Recanto Escuro) pode também pousar sobre a folha e observar – cantando – o movimento do rio, que leva a folha, que leva o pássaro...
Tudo como manda Caymmi: chamando o vento e levando a vela!
E entre altos e baixos, Gal sempre levou sua vela muito bem!


Originalmente publicado em: www.clicmaissalvador.com.br, em 27 de março de 2012.

 

segunda-feira, 26 de março de 2012

Estreia do Show Antes da próxima estação...


Carlos Barros
Show Antes da próxima estação...
Estreia
13 de abril de 2012
Auditório da Biblioteca Pública da Bahia
18:30h
Entrada Franca
Bate-papo do cantor com a plateia, 
após o espetáculo,
sobre o conceito do show.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Ele e Eu...


Sua brancura irrompe na minha existência.
A Sua vitalidade clara e límpida se instaura naquilo que é mais visível.
Eu vivo ele na pele que transluz a guerreira certeza de prosseguir.

Quando os arrepios se revelam naqueles que o sentem em mim, minha brancura existencial revela o mais negro de mim.
Um Africano do Norte, mouro/black/baiano que aparece naquilo que me é mais profundo.

Me exalta ver que ele é visto por sobre meu andar.
Eu, um noturno caçador de esperanças, trago a mão de pilão dele.

Alimento e Luta!
Rei e Menino!
Pai e Filho!
O seu Santo Espírito paira e clareia.

Manhãs e Tardes nas minhas noites eternas e desejadas!

Eu e Ele.
Orixá Nlá!
Orixá Oguiã!

Exê Ê!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Ensaios Abertos do show Antes da Próxima Estação...



Ensaios Abertos
Antes da Próxima Estação...
Bêco da Rosália
03, 09 e 23 de março de 2012
20 horas.
Ingressos populares: R$5,00
Confira!

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Carlos Barros em Pocket Show na Livraria Saraiva


Pocket Show

Projeto Fala Escritor

Livraria Saraiva do Shopping Iguatemi

Salvador-Bahia-Brasil

25 de fevereiro, 18 horas

Entrada Franca



No palco, ao lado de Carlos Barros, os músicos
Zé Livera (Violão e Baixo), Gabriel Barros (Guitarra) e Sebastian Notini (Percussão)



segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Antes da próxima estação...



Antes da próxima estação é a realização de uma ideia sobre o urbano, a cidade e suas possibilidades existenciais a partir da estética musical da canção. Aqui estão repertório, roteiro e interpretação em que a voz se coloca à disposição de peças cuja sonoridade e mensagem literária se conectam com a urbe em sua profunda experiência do humano.

O show nasce como proposta discursiva sobre a cidade enquanto elemento central na construção da identidade brasileira, sobretudo na música popular. O foco do projeto é a urbanidade como temática para a interpretação do cantor Carlos Barros
O formato traz a voz como instrumento principal e os demais construindo os climas para a narrativa.
Antes da próxima estação é um show de caráter experimental, construindo o novo disco do artista.      

O Show compõe um projeto executado no formato voz, violão, baixo, guitarra, percussão e bateria utilizando sonoridades e texturas, como um laboratório da construção deste CD a ser gravado ao longo de 2012. Cada canção está adornada e formatada com sua própria feição, traduzindo o conceito em conformidade com a voz do cantor em suas nuances de suavidade, força, tenacidade e sutilezas, próprias do caráter interpretativo de Carlos Barros.



Roteiro
 
Nada de novo sob o sol (Poema de Peulo Leminski)
As curvas da estrada de Santos (Roberto Carlos / Erasmo Carlos)
      Na estrada de Sintra (Poema de Álvaro de Campos)
Beverly Hills (Luiz Caldas)
Não tem tradução (Noel Rosa / Francisco Alves / Ismael Silva)
Paralelas (Belchior)
O último dia (Moska / Billy Brandão)
Fico louco (Itamar Assumpção)
Relampiano (Lenine / Moska)
Do fundo (Tiganá Santana)
Aláfya (J. Veloso / Ulisses Castro)
Preciso (Margareth Menezes)
Te amo tanto (Rita Tavarez)
Uma tarde de maio (Alexandre Leão / Edu Alves)
Freguês da meia-noite (Criolo)
Pulsações (Stella Maris)
Beatriz (Edu Lobo / Chico Buarque)
Na primeira manhã (Alceu Valença)
Heal the pain (George Michael)
Para Lennon e McCartney (Márcio Borges / Fernando Brant /Lô Borges)
Sol do Sul (Daniela Mercury / Gabriel Póvoas)
Gracias a la vida (Violeta Parra)
Aboio (Caetano Veloso) (vinheta)
Clipe (João Carlos Campos)
Rua da Graça (Harlei Eduardo)
Three little birds (Bob Marley)
Alguém cantando (Caenato Veloso)
Para esquecer a dor (Pedro Ivo Araújo)
      Autopsicografia (Fernando Pessoa)
Leão do Norte (Lenine)
Banzo (Itamar Assumpção)
Bahia (Carlos Barros)
Ilê Daomé (Kinho Gonçalves / Nel Gonçalves)
Se essa rua fosse minha (Domínio Público)



Ficha Técnica
Show Antes da Próxima Estação
Direção Artística: Carlos Barros
Arranjos: Carlos Barros e Zé Livera
Direção de Produção: Sebastian Notini
Carlos Barros: Voz
Zé Livera: Violão, Guitarra e Baixo
Gabriel Barros : Guitarra
Bateria e Percussão: Sebastian Notini


Contatos:
www.myspace.com/barroscarlos
www.cantigavemdoceu.blogspot.com
55 71 8830 4504
55 71 9998 0319

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Criolo

                                                                                                                 Foto: Divulgação


Sou um artista cuja busca não reside exatamente na novidade.



Ela, que veio dar à praia na parceria de Gil com os Paralamas, me encanta, seduz, mas não é o meu gol primeiro.


Penso na beleza e na conformidade possível entre artífice e obra: cantor e canção; ator e palco.


Busco a excelência!


Vivo numa corda bamba existencial para produzir a minha arte e aí, neste lugar nada confortável mas tão estimulante quanto o tesão por pernas e braços e caras do mundo, vou seguindo e encontrando o que me motiva.


Vivendo na Bahia ainda hoje, sou espectador participante de cenários musicais que animam/incrudescem a sensibilidade.

Estou à margem da festa maior.


Estou completamente dentro de uma anti-festa festiva e pulsante, produzindo música que se converte num discurso sócio-político que - graças a Deus – encontra ecos muitas vezes longe da
Baía de Todos os Santos, mas (e aí, é bem melhor) pertinho do coração.


Tenho fãs e grandes amigos em Minas, Rio, São Paulo, Santa Catarina, Bélgica, Espanha, Inglaterra e etc...


O mundo não reside apenas na Bahia.


Graças a Oxaguiã!


Tudo isso como prólogo para falar dele.


Crioulo é uma expressão utilizada no Brasil (emprestada pelo fitro da ignorância que grassa, mesmo) pejorativamente para designar nego, neguinho, preto, pretinho e todas as demais palavras atiradas algumas vezes como ofensas ao ser negro nesta parte da América.


Criollo é o nome dado historicamente ao branco nascido na América espanhola, se bem me lembro dos meus tempos de aula em História da América.


O meu Criolo é um artista.


Revertendo negatividades, o cantor paulista (de ascendência notória no Nordeste brasileiro) é um negro/ mouro/mulato cuja música executada há cerca de vinte anos, mas chegada a mim agora, se torna discurso político dos mais necessários para elites, vulgatas e medianidades nesta terra chamada Brasil.


Assisti uma entrevista extraordinária (parafraseando expressão regularmente utilizada pela outra referencial Daniela Mercury sobre vários assuntos) de Criolo com a jornalista Marília Gabriela que me legou uma madrugada pensativa.


Criolo.


Me irmanei com seu pensamento, sua beleza (física e espiritual) e sua presença artística inconteste.


- As pessoas que trabalham comigo vão agradecer a você por este comentário...


Assim disse o cantor e compositor sobre o fato de Marília confessar que o pensamento do preto era complexo.


E é.


Gilberto Gil disse numa bela peça do final dos anos oitenta ter a "mania da compreensão".


Ele próprio, que dá nó nas cabeças, parece ancestre das palavras e ações de Criolo: a complexidade é necessária.


Nó na orelha é o nome do disco de Criolo, que caiu nas graças de uma classe média festiva e “mtvística” que o premiou, percebendo muito tempo depois o quanto sua capacidade de interfaciar rap/samba/reggae/bolero/salsa/drogas/Deus/São Paulo/Mundo pode ser fundamental para entendermos novidades como elas realmente são.


O antigo vocalista do Planet Hemp, Marcelo D2 já vem propondo samba com rap há algum tempo, verdade.


Mas o trabalho de Criolo me traz sensações de uma integridade amalgamando suas referências como aquela que só ocorre para quem as matrizes compõem profundamente; em quem vemos serem elementos constitutivos de uma leitura de mundo.


- Ney Matogrosso é um artista completo; solta o Criolo paulista/cearense, mostrando que suas matrizes soltas na plataforma do ar são belamente complexas, como tudo neste
meu preto (como se diz aqui na Bahia) de agora.


As canções de seu disco trazem a urbanidade paulista a partir de uma ótica problematizadora: drogas, amor/desamor, boates, Deus/não-Deus. Tudo isso junto e (não) misturado.
Cada coisa em seu lugar, e os lugares se (re) configurando pelas coisas, tal como o mapa em forma de cachorro da maior cidade da América do Sul.


Chico Buarque cantou a versão de Criolo para Cálice (Chico / Gil).


Criolo aproximou o martírio de Jesus/do brasileiro na ditadura militar na canção antes vetada pela censura com o martírio cotidiano dos paulistas/baianos/cariocas/pernambucanos/gaúchos nas ruas à espera do ônibus, à espera de chegar em casa.
E Criolo nos faz pensar: Será que chegarão?


Eu não pretendo inventar nada. Sou um discípulo, daqueles que levam mensagens adiante a partir do que é - verdadeiramente -original: o eu/ego/self artístico!


Sou um self que se irmana com outros.


Minha roda já está inventada há muito tempo.


Não invento a dança do verão nem o samba de Angola velho/novo do Atlântico Negro!


Por isso gosto do novo que tem o cheiro do ancestral.


Na minha religião, iniciado o é por quem já foi antes. Não se nasce Ebômi pelas mãos de Abiã. E só se é Ebômi por que um dia se foi Abiã.


Quer mais? Procure saber...


Criolo canta, agora, um samba falando de Cebolinha, Mônica e Cascão, num ambiente entre o samba-de-roda da Bahia e o samba-de-breque do Rio de Janeiro.


Talvez por isso ele esteja falando ao meu coração!


Minha Bahia:


Isso é o novo de verdade!


O preto paulista me conquistou...

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